Na indústria, no comércio, na comunicação, no esporte, na política, na vida das pessoas, nas igrejas (a lista poderia ocupar o texto todo), em qualquer segmento no qual alguém venha a colocar a sua energia, o que moverá todos os esforços é o poder do dinheiro. O lucro, que faz as ações subirem ou as empresas comprarem novos equipamentos ou os times contratarem novos jogadores ou mesmo as igrejas construirem novos templos, é ele que move o mundo. Empresas e pessoas correm atrás de dinheiro. O cálculo é sempre este. A Monsanto ou a Volkswagen estão aí para dar lucro. Muitas empresas lucram. O problema em si talvez não seja o dinheiro. Mas a ganância. Este é o caso da Volkswagen e o possível recall de mais de 1 milhão de veículos. Conforme noticiado na revista Exame de outubro/2009, "a Volkswagen analisa a possibilidade de convocar mais de 1 milhão de veículos produzidos entre 2008 e este ano, para substituir parte do motor". Os carros equipados com motores 1.0 e 1.6 tiveram algumas peças estruturais produzidas sem o tratamento térmico. Segundo um executiv da montadora (que a revista não menciona o nome), estas partes estruturais foram produzidas sem o tratamento térmico com o aval da área técnica, com o objetivo de diminuir custos. Agora o balanço vai apresentar um saldo final financeiro bem extravagante, caso o recall seja mesmo executado, mas não com um sinal (+) positivo à sua esquerda.
É importante ampliarmos um pouco a discussão da questão da imagem da marca para além da própria empresa. É evidente que a volkswagen é a grande responsável por colocar no mercado um carro sugeito a explosão (me lembro aqui do Fiat Tipo, que quando estacionado com o volante totalmente esterçado, provocada fogo), não questiono a sua culpa. Mas o que faz com que empresas mascarem seus produtos, usem tecnologia inferior ou que sejam apressadas em seus processos de produçao é um conjunto de fatores que envolve também o próprio consumidor.
A guerra de preços, a competição em alta escala pela entrada de novos concorrentes no mercado (desde a grande chacota das carroças, do presidente Fernando Collor), faz com que as montadoras precisem produzir produtos (redundância intencional) e produzir o consumo destes produtos. Neste caso, precisam de preço, precisam de antecipaçao de lançamentos... é o modelo 2011 que lovo vai aparecer por aí... enfim, precisam vencer um jogo onde não tem vencedor.
Como a competição no produto é altíssima, não é mais no varejo que as montadoras e concessionárias tem o seu maior lucro, mas nos proccessos de revisões programadas, manutenções preventivas, substituição de peças e nos serviçoes necessários a todos estes procedimentos. Neste caso, visto a questão da absolescencia programada, os produtos são colocados no mercado com uma vida útil totalmente em harmonia com a garantia oferecida. A volta a concessionária é interessante para o lucro numa época em que a venda do veículo 0km oferece margens de lucros pequenas, especialmente para veículos 1.0.
E o onde entra o consumidor nesta jogada? Nos últimos anos o consumidor foi educado a exigir seus direitos e para isto foram feitas dezenas de iniciativas extraordinárias, como codigos de defesa, direito a troca, etc. Na época da inflaçao os governos estimulavam a população a procurarem o menor preço, a exigirem um esforço dos vendedores para abaixar o preço até o limite para não perder a venda. Tudo isto é importante e foi um grande avanço em defesa da ponta mais fraca, geralmente exposta a maus tratos e abandonadas no pós venda. Mas apesar deste progresso, o consumidor deve entender que o lucro honesto faz parte do negócio. Ele deve pagar produtos e serviços com a certeza e contentamento de que o lucro é importante para a continuidade dos negocios.
Neste cenário onde todos querem fazer mais e melhor uso do seu dinheiro, muitas vezes os limites são ultrapassados e o valor dos produtos e a qualidade dos serviços são comprometidos para se atingir um nível de lucratividade e vantagem incompatíveis com os compromissos prometidos pelas empresas ao mercado.
para que
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